terça-feira, 16 de julho de 2013

A Hungria, sua língua e seus húngaros

Pra quem vem do Brasil ou de alguma maneira está familiarizado com o jeito brasileiro de ser, terá um grande choque cultural ao se deparar cercado por húngaros. Não que eles sejam maus ou assustadores, mas a palavra "amigáveis" não pode ser usada tão frequentemente para descrevê-los. É comum por aqui que eles não tenham muita paciência com quem não fala húngaro. Problemas em bares, restaurantes, catracas podem acontecer. Para minha sorte, exceções existem e tive o prazer de conhecer aqui pessoas muito hospitaleiras e gentis. No mais, tanto aqui como na Europa em geral, as pessoas são bastante fechadas. Elas não tem o hábito de conversar nos transportes públicos, não se interessam pela presença de um estrangeiro, são muito caladas e comportadas.
No caso da Hungria, não é de se espantar que eles não sejam muito falastrões: a língua húngara é dificílima, tem infinitos acentos (alguns até disputam espaço em cima das mesmas letras) e não se parece com nenhuma outra língua existente. Nos livros consta que húngaro se parece com finlandês, mas eles afirmam categoricamente que isso é mentira! Trata-se de uma língua que dá preguiça de ouvir por muito tempo, quem dirá ter que responder e interagir em conversas! O teclado do computador húngaro é quase QWERT, com algumas pequenas mudanças, porém no setor dos acentos, é completamente diferente: eles usam várias teclas como atalho de acentos que nós nem sequer conhecemos e jogam os": , [] " " no limbo! Passar apuros com a língua por aqui é mais que normal: realmente pelas ruas há mais pessoas que falam inglês do que encontraremos no Brasil. Dentro de shoppings (que são idênticos aos do Brasil, por sinal), todos os vendedores falam inglês, mas na rua é preciso saber com quem tentar conversar. É sempre mais acertivo tentar conversar com pessoas jovens, pois dificilmente algum senhorzinho saberá falar inglês.
No Brasil, se um turista não sabe falar português, qualquer balconista, vendedor ou pessoa pela rua será boa em entender mímicas, palavras carregadas de sotaque e coisas assim. Aqui, se a pessoa não fala inglês, ela simplesmente permanece estática na sua frente, enquanto você passa por papel de macaco idiota tentando fazer mimicas idiotas... é bastante humilhante e geralmente não dá resultados...
Ok, se você já superou os apuros com o húngaro e com os húngaros, relaxe e vá curtir a cidade, que é linda! Aqui a arquitetura é bastante preservada, a cidade é limpa, quase não tem pichações, é bastante arborizada e é dividida no meio pelo rio Danúbio, o que permitiu que pontes lindas fossem construídas. Realmente vale a pena! De um lado do rio está Peste, que é o pólo comercial da cidade, do outro lado está Buda, que é basicamente constituída por moradias e lógica nenhuma na construção das ruas. Os húngaros normalmente se perdem em Buda então é bem possível que você, assim como eu, assim como qualquer turista, também nos percamos por lá!




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