terça-feira, 16 de julho de 2013

A economia e as multas húngaras

Acho que eu, assim com a maioria dos brasileiros, nada ou quase nada sei sobre a Hungria. Tirando aquilo que se pode encontrar no wikipedia ou qualquer coisa assim, eu não me lembro de ter me deparado com um húngaro por 26 anos da minha vida.
Conversando com alguns húngaros descobri que a economia deles é baseada no oposto da nossa. Enquanto o Brasil produz infinidades de coisas, a Hungria não produz nada (ou pelo menos é isso o que pensam seus cidadãos). Aqui, consome-se uma infinidade de produtos de outras nacionalidades (tomates espanhóis, comidas gregas, marcas suíças, carnes, frutas e vegetais brasileiros, queijos franceses) porque são mais baratos! O governo não dá subsídios para seus produtores, então o produto nacional costuma ter seu preço final mais alto (não sei onde é produzido o salame que eles comem aqui, mas é realmente delicioso e vale a pena... todas as marcas que eu já comprei são deliciosas). Aqui, o salário mínimo é algo em torno de 340 euros. A Hungria não adotou o euro, pois ainda precisa se adaptar a algumas exigências da união europeia, mas é membro da união europeia (de fato, nem todos os países da união europeia precisam utilizar o euro) e do acordo de Schengen (convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários ). Aqui, eles usam o forint. Essa é uma moeda bastante simples para os brasileiros, principalmente os mais velhos, pois é muito similar ao nosso cruzeiro/cruzado. Ela é bastante desvalorizada, então as cédulas apresentam valorem altíssimos, como 10.000, 5.000, 1.000 e 500. Para nós, a conversão é muito simples: basta cortarmos os dois últimos dígitos que temos o valor do produto em R$. Para um brasileiro, este é um ótimo país da Europa para se viver, pois o preço das coisas é muito similar ao preço no Brasil, diferentemente da maior parte da Europa, que as coisas estão em euro e geralmente, 3x mais caras do que estamos acostumados. Ou seja, para um húngaro, o salário de 340 euros é como um brasileiro receber algo em torno de R$ 1.000,00. É bastante pouco, mas mesmo assim a vida deles aqui com esse salário é melhor que a nossa no Brasil com mil reais (assim que eu descobrir por quê, eu conto aqui o segredo deles).

Aqui eles também trabalham bastante com o esquema de multas: por qualquer coisa você pode ser multado na rua, a pé. Pode ser por comer no ônibus, por não pagar a passagem do transporte público, por roubar no ônibus (!). Enfim, pense bem em tudo que fará por aqui, pois a multa virá e não é barata(algo em torno de R$ 80,00 a R$ 320,00)! Deve ser assim que eles movem a economia! 

Um comentário:

  1. Do jeito que vc fala dá muita vontade de experimentar esse salame. Acho que tem gente fazendo dessa iguaria a refeição principal, imagina acompanhado com cerveja, deve ser muito bom a ainda mais e fiquei sabendo que cerveja é mais barato que água.
    Gostei muito do que vc colocou até agora e é melhor ainda saber que vcs estão bem e felizes.
    Ah! que legal que a moeda deles é desvalorizada em relação ao Euro, o que faz com que possamos nos hospedar e comer bem sem gastar muito.
    Continue Camila vou te acompanhar até o regresso e depois vou imprimir e usar como ROTEIRO para HUNGRIA/Budapese que até o significado é muito bacana:
    Budapeste é dividida pelo Rio Danúbio. Do lado direito fica Buda e do lado esquerdo Peste.

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