segunda-feira, 29 de julho de 2013

Economizando no transporte público

Se você mora aqui em Budapeste, provavelmente já se deu conta de que existem inúmeras possibilidades em relação à compra de bilhetes para o metrô, que tentam se ajustar de acordo com as suas necessidades e com o tempo que irá utilizar. Mas caso você só esteja de férias em Budapeste e não conhece nada da cidade, seguem algumas dicas legais para economizar dinheiro com o transporte público.
Aqui, os bilhetes para ônibus, metrô e bondinho são os mesmos e custam 375 forints cada (R$ 3,75). Realmente não são baratos, principalmente quando você descobre que se andasse por uns 20 minutos talvez alcançaria seu destino sem depender do transporte público. Para nós, brasileiros, acostumados a cidades enormes como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outras, Budapeste é um ovo!
Mas vamos lá, o fato é que às vezes precisamos usar o metrô ou o ônibus e eu disse que falaria de maneiras econômicas de fazê-lo, pois bem, lá vai:
Turista empolgado em viagem rápida: Caso você seja um turista que passará 2 ou 3 dias aqui e pretende andar a cidade inteira, conhecer todos os lugares, todos os bairros, visitar 39592 museus, 1357 praças e mais um monte de pontos turísticos: aqui existe o bilhete diário. Ele custa 1600 forints e é válido por 24 horas. Serve, como todos os outros, pro metrô, ônibus e bondinho.
Grupo com 5 pessoas: Caso você queira conhecer a cidade inteira, andar um monte de metrô e esteja acompanhado de mais 4 amigos, este é o seu bilhete ideal. Ele custa 3250 forints (isso sai 650 forints para cada uma das 5 pessoas) e te dá os mesmos direitos do bilhete anterior, com o detalhe que o grupo de 5 pessoas só recebe UM bilhete, portanto o grupo precisa andar sempre junto.
Cartela com 10 bilhetes: Seja você um morador de Budapeste que ocasionalmente use o transporte público ou um turista menos afoito, essa pode ser uma boa opção. Você recebe uma cartelinha contendo 10 tickets individuais e custa 3000 forints (se fosse pra pagar o preço individual de cada bilhete, sairia 3750 forints). Esses bilhetes não são pessoais, portanto é possível compra-los e dividir com alguém se quiser. Outra vantagem dessa opção é que diferentemente das outras duas, esses bilhetes não tem data de validade, ou seja, é possível compra-los e usar quando quiser.
Bilhete mensal: Auto explicativo. Trata-se de um bilhete que pode ser usado o mês inteiro e custa 3800 forints (acho que esse preço é o pra estudante). Teoricamente, é um bilhete pessoal e intransferível, pois eles pedem que você escreva o seu ID no bilhete (a caneta mesmo), mas raramente alguém encrenca por não ter nada escrito.
Bilhete semestral: Também auto explicativo, igual o mensal só que é válido por um semestre. O de estudante custa 18000 forints (sai 3000 forints por mês). O único inconveniente dessa opção é que o valor deve ser pago integralmente na hora da aquisição, não dá pra parcelar.
Bom, é isso. Espero ter ajudado nesse quesito, pois já passei bastante perrengue no metrô tentando entender quais eram as minhas opções e ninguém lá conseguia entender direito o que eu falava e muito menos me explicar cada uma dessas opções. Lembrando que os bilhetes válidos por uma única viagem devem ser inseridos dentro de uma máquina picotadora de bilhetes ANTES do embarque. Só portar o bilhete não adianta nada. Se o fiscal te parar (o que é muito comum no metrô, mas nem tanto no ônibus) e o bilhete não estiver picotado, terá que desembolsar 8000 forints de multa! (lembra das multas??)

Outra coisa: esses bilhetes só dão acesso ao transporte público de perímetro urbano de Budapeste. Caso haja necessidade de viajar para alguma outra cidade nos arredores, geralmente partindo de Keleti (é uma estação de trem internacional e da qual saem trens pra diversas cidades ao redor de Budapeste) se você possuir o bilhete urbano mensal ou semestral, apresente-o na hora da compra e as passagens mensais para outras cidades húngaras sairão por menos da metade do preço! No meu caso, o bilhete mensal de Godollo para Budapeste custa 2850, mas se eu apresentar meu bilhete urbano mensal, pago apenas 1400 forints! 






terça-feira, 23 de julho de 2013

Hello Baby



Se você procura um lugar legal pra sair à noite que combine balada com pub, esta casa pode ser uma ótima opção. Localizada no cruzamento da Andrassy com a Teréz Körút (lá é o famoso Oktagon), num prédio colonial, a Hello baby impressiona (e muito). O club tem 2 pistas de dança, uma com música típica de balada e outra com música black (ou coisa assim). O ambiente tem uma área VIP, 2 salas grandes com mesas e grandes janelas que dão uma vista aérea da pista de dança principal e um bar bem grande, onde você pode pedir a sua bebida espaçosamente, sem ter que se espremer com estranhos pra conseguir uma cerveja. A carta de bebidas é bem grande e o preço é bastante razoável. 500mL de chopp variam de 550 a 1100 forints. Lá eles servem desde Soproni, passando por Heineken até chopps Weiss. Todas as bebidas são servidas em copos de vidro, lindos por sinal. As paredes são decoradas com filmes 3D, combinando muito com todo o estilo colonial do lugar. Acima da pista de dança principal, eles colocaram uma enorme bolha, que ocupa quase todo o teto da balada, que aliás, impressiona, já que o pé direito tem mais de 15 metros. A hello baby é o típico lugar que no Brasil custaria uns R$ 100,00 só pra sorrir lá dentro, mais cada refrigerante por volta de uns 15 reais! Já aqui, o esquema é diferente. Acredite se quiser (eu demorei uns 5 minutos pra acreditar depois que entrei), a ENTRADA É FRANCA!! Você paga só o que consumir, e paga na hora, sem comandas para serem perdidas. A casa também conta com uma chapelaria por 300 forints. Caso tenha gostado, sugiro que vá logo conhecer este lugar, pois eles inauguraram a cerca de dois meses e eu ainda não entendi como eles bancam tudo aquilo. Imagine: um prédio enorme e caríssimo, numa das avenidas mais caras de Budapeste (a Andrassy foi construída para ser a Champs Élysées de Budapeste), com entrada franca, bebidas a preços justos e sendo servidas em copos de vidro todo trabalhados (que você por acaso ouvia, de 5 em 5 minutos, o barulho de algum se espatifando no chão). Infelizmente não levei câmera fotográfica comigo, mas tá aí o site e o endereço pra quem quiser conferir: http://www.hellobabybar.hu/ (nao espere muito do site. Ou ele nao funciona direito aqui no meu computador ou ele é ruim mesmo!). Ah, outra coisa, aqui eles te barram na estrada se estiver muito maltrapilho, ou seja, não precisa vir vestido de pinguim, mas homem de shorts, chinelo ou regata ou qualquer coisa assim corre o risco de passar a madrugada na calçada, então é melhor não arriscar. Já mulher, como em qualquer balada, pode ir de qualquer jeito! =D




sexta-feira, 19 de julho de 2013

River Ride

Aqui em Budapeste, é muito comum estar na rua e ver aqueles ônibus conversíveis que levam os turistas pra conhecer a cidade. O river ride é mais ou menos isso também. Trata-se de um ônibus de turismo, com o diferencial que além de transitar por alguns pontos importantes da cidade, ele também adentra no rio Danúbio! Isso mesmo, um ônibus anfíbio. Lá, é possível conhecer várias pontes que unem Buda à Peste, ver a ilha de Margaret, situada dentro do Danúbio e o principal, ver o parlamento bem de pertinho. A excursão é guiada ao vivo (ou seja, sem aqueles foninhos de ouvido) em inglês e alemão. Todo o trajeto leva por volta de 2 horas. Os preços variam entre 5.000 e 7.500 forints (R$50,00 e R$75,00) de acordo com a estação do ano. Estudantes pagam meia e crianças menores de 6 anos não pagam. É um passeio legal pra ter uma noção maior da cidade e conhecer novos lugares pra visitar depois. Ruim mesmo é o preço! Mas tudo bem, se você estiver disposto a fazer um sightseeing por Budapeste, pode ser uma boa opção. PS- As pessoas pescam no Danúbio!




quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sir Lancelot

Se você gosta das histórias do Rei Arthur e da sua távola redonda, das enormes armaduras e de toda essa aura medieval,  este post é pra você. Viver em Budapeste permite que possamos saborear (e como!) um pouquinho da Idade Média. Situado próximo à Blaha Lujza, região agitada da cidade, encontra-se um restaurante totalmente ambientado na Idade Média. É o Sir Lancelot! Lá você encontrará diversas armaduras, mesas coletivas com banquinhos de madeira, copos de porcelana, canecas de alumínio, guilhotinas, cavaleiros na entrada, garçons a caráter e muito mais. As comidas são típicas também e são servidas em enormes tábuas de madeira. O prato principal da casa é uma tábua recheada de pedaços de costela de porco, coxinhas de pato (cada uma tem uns 20 cm!), espetos de carne apimentada, leitão, asinhas de frango, muita couve-flor e brócolis na manteiga, steaks de couve-flor empanada, bananas assadas e empanadas, laranjas, toranjas e mais uma imensidão de deliciosidades que não estou conseguindo me lembrar agora. E por último o mais importante: eles te dão um pratinho e uma faca! Pronto! Coma como um trasgo montanhês. Pegue a comida com as mãos e divirta-se! Se você tem interesse em comer como um ogro, pelo menos uma vez na vida, esta é sua oportunidade. Não perca, realmente vale muito a pena.


Quanto ao preço, pro padrão dos preços nos restaurantes de Budapeste, o Sir Lancelot é um pouco mais salgado. Deixa-se lá por volta de 4.000 forints por pessoa (R$ 40,00).  











terça-feira, 16 de julho de 2013

A economia e as multas húngaras

Acho que eu, assim com a maioria dos brasileiros, nada ou quase nada sei sobre a Hungria. Tirando aquilo que se pode encontrar no wikipedia ou qualquer coisa assim, eu não me lembro de ter me deparado com um húngaro por 26 anos da minha vida.
Conversando com alguns húngaros descobri que a economia deles é baseada no oposto da nossa. Enquanto o Brasil produz infinidades de coisas, a Hungria não produz nada (ou pelo menos é isso o que pensam seus cidadãos). Aqui, consome-se uma infinidade de produtos de outras nacionalidades (tomates espanhóis, comidas gregas, marcas suíças, carnes, frutas e vegetais brasileiros, queijos franceses) porque são mais baratos! O governo não dá subsídios para seus produtores, então o produto nacional costuma ter seu preço final mais alto (não sei onde é produzido o salame que eles comem aqui, mas é realmente delicioso e vale a pena... todas as marcas que eu já comprei são deliciosas). Aqui, o salário mínimo é algo em torno de 340 euros. A Hungria não adotou o euro, pois ainda precisa se adaptar a algumas exigências da união europeia, mas é membro da união europeia (de fato, nem todos os países da união europeia precisam utilizar o euro) e do acordo de Schengen (convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários ). Aqui, eles usam o forint. Essa é uma moeda bastante simples para os brasileiros, principalmente os mais velhos, pois é muito similar ao nosso cruzeiro/cruzado. Ela é bastante desvalorizada, então as cédulas apresentam valorem altíssimos, como 10.000, 5.000, 1.000 e 500. Para nós, a conversão é muito simples: basta cortarmos os dois últimos dígitos que temos o valor do produto em R$. Para um brasileiro, este é um ótimo país da Europa para se viver, pois o preço das coisas é muito similar ao preço no Brasil, diferentemente da maior parte da Europa, que as coisas estão em euro e geralmente, 3x mais caras do que estamos acostumados. Ou seja, para um húngaro, o salário de 340 euros é como um brasileiro receber algo em torno de R$ 1.000,00. É bastante pouco, mas mesmo assim a vida deles aqui com esse salário é melhor que a nossa no Brasil com mil reais (assim que eu descobrir por quê, eu conto aqui o segredo deles).

Aqui eles também trabalham bastante com o esquema de multas: por qualquer coisa você pode ser multado na rua, a pé. Pode ser por comer no ônibus, por não pagar a passagem do transporte público, por roubar no ônibus (!). Enfim, pense bem em tudo que fará por aqui, pois a multa virá e não é barata(algo em torno de R$ 80,00 a R$ 320,00)! Deve ser assim que eles movem a economia! 

A Hungria, sua língua e seus húngaros

Pra quem vem do Brasil ou de alguma maneira está familiarizado com o jeito brasileiro de ser, terá um grande choque cultural ao se deparar cercado por húngaros. Não que eles sejam maus ou assustadores, mas a palavra "amigáveis" não pode ser usada tão frequentemente para descrevê-los. É comum por aqui que eles não tenham muita paciência com quem não fala húngaro. Problemas em bares, restaurantes, catracas podem acontecer. Para minha sorte, exceções existem e tive o prazer de conhecer aqui pessoas muito hospitaleiras e gentis. No mais, tanto aqui como na Europa em geral, as pessoas são bastante fechadas. Elas não tem o hábito de conversar nos transportes públicos, não se interessam pela presença de um estrangeiro, são muito caladas e comportadas.
No caso da Hungria, não é de se espantar que eles não sejam muito falastrões: a língua húngara é dificílima, tem infinitos acentos (alguns até disputam espaço em cima das mesmas letras) e não se parece com nenhuma outra língua existente. Nos livros consta que húngaro se parece com finlandês, mas eles afirmam categoricamente que isso é mentira! Trata-se de uma língua que dá preguiça de ouvir por muito tempo, quem dirá ter que responder e interagir em conversas! O teclado do computador húngaro é quase QWERT, com algumas pequenas mudanças, porém no setor dos acentos, é completamente diferente: eles usam várias teclas como atalho de acentos que nós nem sequer conhecemos e jogam os": , [] " " no limbo! Passar apuros com a língua por aqui é mais que normal: realmente pelas ruas há mais pessoas que falam inglês do que encontraremos no Brasil. Dentro de shoppings (que são idênticos aos do Brasil, por sinal), todos os vendedores falam inglês, mas na rua é preciso saber com quem tentar conversar. É sempre mais acertivo tentar conversar com pessoas jovens, pois dificilmente algum senhorzinho saberá falar inglês.
No Brasil, se um turista não sabe falar português, qualquer balconista, vendedor ou pessoa pela rua será boa em entender mímicas, palavras carregadas de sotaque e coisas assim. Aqui, se a pessoa não fala inglês, ela simplesmente permanece estática na sua frente, enquanto você passa por papel de macaco idiota tentando fazer mimicas idiotas... é bastante humilhante e geralmente não dá resultados...
Ok, se você já superou os apuros com o húngaro e com os húngaros, relaxe e vá curtir a cidade, que é linda! Aqui a arquitetura é bastante preservada, a cidade é limpa, quase não tem pichações, é bastante arborizada e é dividida no meio pelo rio Danúbio, o que permitiu que pontes lindas fossem construídas. Realmente vale a pena! De um lado do rio está Peste, que é o pólo comercial da cidade, do outro lado está Buda, que é basicamente constituída por moradias e lógica nenhuma na construção das ruas. Os húngaros normalmente se perdem em Buda então é bem possível que você, assim como eu, assim como qualquer turista, também nos percamos por lá!




Bem vindos

Meu nome é Camila e este blog será o meu parecer sobre a Hungria e sobre minha vida no aqui na Europa pelos próximos 14 meses. Eu estou no quarto ano de Medicina Veterinária na Universidade de São Paulo e no momento, vivo na Hungria porque recebi uma bolsa de estudos do governo brasileiro, através do programa Ciência sem Fronteiras.
Cheguei aqui na Hungria no dia 02 de julho. Atualmente, moro num dormitório dentro da Universidade de Szent István na cidade de Godollo, a 30 Km de Budapeste, capital da Hungria. Estou aqui porque ganhei do governo a oportunidade de cursar 2 meses de Inglês antes do início das aulas. Em setembro, terei que me mudar para Budapeste, pois as aulas de Veterinária serão lá.